"Desvende o poder da ressonância magnética: Por que esse conhecimento é essencial para o estimulador visual?"

 

    

        1. Por que a Ressonância Magnética precisa ser conhecida pelos                    Terapeutas Visuais?

    O conhecimento sobre a ressonância magnética (RM) pode ser importante para o estimulador visual por diversos motivos. A RM é uma técnica de imagem avançada que utiliza campos magnéticos e ondas de rádio para produzir imagens de alta qualidade do corpo humano, incluindo o cérebro e os olhos.

    Ao compreender as imagens de RM do cérebro, o estimulador visual pode identificar e entender melhor as áreas cerebrais responsáveis pela visão, o que pode ajudá-lo a desenvolver técnicas de terapia visual mais eficazes.

     Além disso, a RM pode ser utilizada para monitorar a progressão de algumas condições visuais, permitindo que o estimulador visual acompanhe e adapte o ESTÍMULO de acordo com as necessidades do paciente.

    Por fim, o conhecimento sobre RM pode ajudar o estimulador visual a se manter atualizado em relação às tecnologias e avanços na área de neuroimagem, permitindo que ele utilize técnicas mais precisas e atualizadas para estimular e reabilitar as condições visuais de seus pacientes.


2. Por onde começar?


    Aqui vou dizer o óbvio, pelo começo! Pelo conhecimento das vias visuais, pela neuroanatomia, neurofisiologia, você não pode querer ir se aventurar pela ressonância magnética sem esses conhecimentos prévios.

    Em todos os cursos do meu instituto o Rhein Institute, temos as bases necessárias para entrar nesse universo, todas as formações dão essa base, mas temos a formação introdutória de Neuroimagem, que te ensina a achar os componentes da via visual primária e secundária. E a formação com mais de 100 horas, que é focada ao aluno que quer ser um observador de cérebros esmerado.

3. O exame na mão!


    Se ele já está na sua mão e você tem uma base, como discutimos, vou lher dar umas dicas. A análise de uma RM do cérebro deve começar com uma avaliação geral da qualidade da imagem, verificando se há artefatos de movimento ou distorções que possam interferir na análise. 

    Em seguida, é importante avaliar as principais estruturas cerebrais, como o córtex cerebral, as regiões subcorticais (tálamo, hipotálamo, caudado, putâmen, globus pallidus e substância negra), o cerebelo, o tronco cerebral e os ventrículos cerebrais.

Fonte: https://anatpat.unicamp.br/bineurmnlcoronal2.html

    A análise detalhada deve incluir a identificação de lesões, anomalias ou outras alterações na estrutura cerebral, como hematomas, tumores, infartos, esclerose, atrofia cerebral ou outras anomalias. Além disso, o estimulador visual pode avaliar a atividade cerebral em diferentes áreas corticais e subcorticais, a fim de identificar disfunções visuais e outras condições neurológicas.

    É importante lembrar que a interpretação da ressonância magnética do cérebro é um processo complexo que requer habilidades e conhecimentos específicos em neurorradiologia e neuroanatomia.

     Portanto, é recomendado que o estimulador visual tenha conhecimentos para garantir uma interpretação precisa e confiável dos resultados da RM. Ele não precisará aprender diagnósticos, por isso não cabe ao terapeuta e si ao médico, o que precisamos saber é a localização, e saber se a área está alterada ou não.


4. Checklist de 10 dicas de como avaliar uma ressonância magnética


    Ao analisar uma ressonância magnética, há vários pontos importantes a serem observados. Alguns deles são:


1. Qualidade da imagem: avaliar se a qualidade da imagem é adequada para permitir uma análise precisa.

2. Anatomia geral: verificar se todas as estruturas anatômicas esperadas estão presentes e com tamanho e forma adequados.

3.Lesões: procurar por lesões, como tumores, hematomas, infartos, malformações vasculares, entre outros.

4.Sinais de isquemia: procurar por sinais de isquemia, como alterações no sinal e/ou na morfologia de estruturas cerebrais.

5.Hidrocefalia: avaliar se há sinais de hidrocefalia, como dilatação dos ventrículos cerebrais.

6.Alterações de sinal: procurar por alterações de sinal que possam indicar edema, inflamação ou outras condições.

7.Tratos de substância branca: avaliar a integridade e continuidade dos tratos de substância branca, incluindo o trato óptico.

8.Fluxo sanguíneo: avaliar o fluxo sanguíneo cerebral e a presença de anormalidades vasculares.

9.Características técnicas: observar se a ressonância foi realizada com as sequências adequadas e se os parâmetros de aquisição foram ajustados corretamente para o objetivo da análise.

10.Comparação com exames anteriores: comparar com exames anteriores para avaliar mudanças ao longo do tempo.


    Esses são apenas alguns dos pontos a serem observados na análise de uma ressonância magnética, e é importante ter conhecimento em neuroanatomia, neurofisiologia e neurovisão para uma avaliação mais precisa e completa na nossa área.


5. Analisamos na visão


    As áreas corticais relacionadas ao processamento da visão vistas em uma ressonância magnética incluem o córtex visual primário (área V1), o córtex visual secundário (área V2), o córtex visual terciário (área V3), o córtex visual associativo (área V4), V5/mt e o córtex temporal inferior (área IT).

    O córtex temporal inferior (área IT) é responsável pelo processamento de informações visuais complexas, como o reconhecimento de objetos e faces.


5. 1. As 32 áreas corticais da visão

As 32 áreas corticais da visão, nem todas podem ser observadas na ressonância magnética. As 32 áreas corticais relacionadas à visão são:

  1. Área V1 (área visual primária ou córtex estriado)
  2. Área V2 (área visual secundária)
  3. Área V3 (área visual terciária)
  4. Área V3A (área visual terciária anterior)
  5. Área V3B (área visual terciária posterior)
  6. Área V4 (área visual quaternária)
  7. Área V5 ou MT (área de movimento médio-temporal)
  8. Área V6 (área visual parietal dorsal)
  9. Área V7 (área visual occipito-temporal)
  10. Área V8 (área visual occipital ventral)
  11. Área V9 (área visual temporal posterior)
  12. Área V10 (área visual temporal anterior)
  13. Área FST (área de sensitividade à forma e à textura)
  14. Área PIT (área temporal inferior posterior)
  15. Área CIT (área temporal inferior central)
  16. Área FIT (área temporal inferior frontal)
  17. Área TEO (área occipito-temporal anterior)
  18. Área TE (área temporal)
  19. Área TF (área temporal frontal)
  20. Área TEO-3 (área occipito-temporal posterior)
  21. Área TH (área temporal alta)
  22. Área TP (área temporal posterior)
  23. Área TA (área temporal anterior)
  24. Área PR (área parietal rostral)
  25. Área PG (área parietal grácil)
  26. Área IPS (sulco intraparietal)
  27. Área LIP (área intraparietal lateral)
  28. Área MIP (área intraparietal média)
  29. Área VIP (área intraparietal ventral)
  30. Área AIP (área temporal anterior inferior)
  31. Área TIT (área temporal inferior temporal)
  32. Área PIR (área parietal inferior rostral)

    É possível visualizar a maioria dessas áreas corticais relacionadas à visão em ressonâncias magnéticas cerebrais, embora algumas delas possam ser mais difíceis de distinguir do que outras, dependendo da qualidade da imagem. 

Roe, A.W. & Parker, Andrew & Born, Richard & Deangelis, Gregory. (2007). Disparity channels in early vision (Journal of Neuroscience (2007) (11820-11831)). 27. 


    Algumas das áreas que geralmente são mais bem visualizadas incluem a área V1 (área visual primária), área V2 (área visual secundária), área V3 (área visual terciária), área V4 (área visual quaternária), área V5 ou MT, área PIT (área temporal inferior posterior) e área CIT (área temporal inferior central). 

Cowie, Fiona & Woodward, James. (2004). The Mind is Not (Just) a System of Modules Shaped (Just) by Natural Selection. 


    No entanto, é importante lembrar que a interpretação dessas imagens deve ser realizada por profissionais qualificados e experientes em neuroimagem.


Estas informações foram baseadas em estudos como:

  • Wandell, B. A., & Smirnakis, S. M. (2009). Plasticity and stability of visual field maps in adult primary visual cortex. Nature Reviews Neuroscience, 10(12), 873-884.
  • Van Essen, D. C., & Gallant, J. L. (1994). Neural mechanisms of form and motion processing in the primate visual system. Neuron, 13(1), 1-10.
  • Glickstein, M., & Stein, J. (1991). Paradoxical relationship between brain size and intelligence. Trends in neurosciences, 14(4), 169-175.
  • Tootell, R. B., Reppas, J. B., Kwong, K. K., Malach, R., Born, R. T., Brady, T. J., ... & Belliveau, J. W. (1995). Functional analysis of human MT and related visual cortical areas using magnetic resonance imaging. Journal of neuroscience, 15(4), 3215-3230.
  • Zeki, S. M., & Marini, L. (1998). Three cortical stages of colour processing in the human brain. Brain, 121(9), 1669-1685.
  • Haxby, J. V., Gobbini, M. I., Furey, M. L., Ishai, A., Schouten, J. L., & Pietrini, P. (2001). Distributed and overlapping representations of faces and objects in ventral temporal cortex. Science, 293(5539), 2425-2430.

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