Ambliopia é
uma deficiência no desenvolvimento do sistema visual no cérebro.
A ambliopia pode acarretar ou não em uma baixa acuidade visual e não
pode ser direta ou exclusivamente relacionada a anomalias oculares ou das vias
ópticas. Mesmo que possa existir doença oftalmológica orgânica, ou seja, doença
causadas pelo não desenvolvimento das estruturas do olho, esta é geralmente
insuficiente para explicar o nível de visão. (BONNOTO, 2006).
1. A neurorreabilitação das Ambliopias
Geralmente a ambliopia é
unilateral, mas pode afetar ambos os olhos, sendo a causa mais frequente de
perda visual monocular durante a infância e em adultos jovens. (BICAS, 2008).
Mas, é muito importante ressaltar que existem diferentes tipos de ambliopia, e cada tipo vai ter uma abordagem terapêutica distinta.
O
tratamento mais conhecido é a oclusão do olho de melhor visão, sendo que as
ambliopias que não são tratadas até os 8 anos de idade são consideradas
irreversíveis. O tempo de oclusão pode variar de acordo com a idade do paciente
e com a intensidade do problema. (BICAS, 2008).
Existem
duas classificações para a ambliopia, as quais são: ambliopia orgânica e a
ambliopia funcional. A primeira refere-se à baixa visão causada por anomalias
estruturais do olho ou cérebro, tais como atrofia óptica, cicatrizes maculares
ou anóxia cerebral que são independentes da estimulação sensorial, que devemos chamar de BAIXA VISÃO e não de ambliopia.
Já a
ambliopia funcional tende a ser reversível quando tratada precocemente na
infância, enquanto que a ambliopia orgânica não melhora. (RAMALHO, 2011). Sabemos hoje que graças à neuroplasticidade, temos tido resultados em qualquer idade desde 2006. Veja esse depoimento abaixo.
1.1. Algumas Causas de Ambliopia
A causa
responsável pelo surgimento do problema determina os tipos de ambliopia:
- Ambliopia por estrabismo: ocorre quando há uma desarmonia entre os dois eixos visuais paralelos e esta alteração é perene. O estrabismo intermitente não leva à deficiência grave. A visão foveal do olho desviado será inferior à daquele que fixa normalmente pela mácula. (BICAS, 2008).
- Ambliopia por ametropia: é quando ocorre o impedimento da formação de uma imagem nítida, devido a erros refracionais significativos e não corrigidos em ambos os olhos, dificultando o pleno desenvolvimento da acuidade visual. (BICAS, 2008).
- Ambliopia por anisometropia: diferenças acima de 2,0 dioptrias entre os dois olhos, seja por miopia, hipermetropia ou astigmatismo, poderão resultar em uma interação binocular anormal, levando ao fenômeno de supressão na visão do olho mais ametrópico e sua conseqüente ambliopia. (BICAS, 2008).
- Ambliopia por privação (ou “ex-anopsia”): ocorre devido à existência de uma barreira à chegada da luz à retina em toda a sua intensidade, impedindo a formação de uma imagem bem definida. As causas podem ser leucoma corneano, catarata congênita uni ou bilateral, ptose palpebral, opacidades vítreas, hifema, dentre outras. (BICAS, 2008; YAMANE, 1995).
A ambliopia
é a causa comum de baixa acuidade visual (visão deficiente, vista fraca) na
criança e pode ocorrer em um olho potencialmente sem defeito anatômico. Ela
pode não apresentar sintomas e se prevenida ou tratada precocemente pode
melhorar a visão ou a travessia da luz até a retina. (BONNOTO, 2006).
Este
artigo abordaremos com detalhe a ambliopia ex-anopsia de modo que explicará mais detalhes
sobre este tipo de ambliopia, bem como seus sintomas, suas causas e seu
tratamento.
2. Ambliopia ex-anopsia
Nos primeiros tempos de vida é
muito importante o diagnóstico precoce da ambliopia, pois geralmente, não é
notado a falta de visão em um dos olhos da criança, já que outro olho compensa
a visão daquele que não esta enxergando e tudo parece perfeito. Na falta dessa
função visual, ou quando esta ocorre de modo inadequado produz os tipos mais
graves de ambliopia. Nelas, apesar de estimulações a partir de baixas idades,
não se conseguem bons resultados de recuperação. (BICAS, 2008).
Cabe ressaltar que a Estimulação Visual não alcança a neurorreabilitação visual completa das ambliopias, uma vez que atua nas Habilidades visuofuncionais. E nas ambliopias, temos um NÃO desenvolvimento de áreas do cérebro. Sugiro que comecem a estudar isso, tal como eu fiz lá em 2002, comecem pesquisando termos como o do artigo abaixo:
2.1.Outros nomes dados a
essa ambliopia
A ambliopia
ex anopsia também é conhecida como “ambliopia por privação” ou “ ambliopia a
partir da supressão da imagem visual”. (BICAS, 2008). A ambliopia privacional muitas vezes é muito confundida como baixa visão, mas entenda que as patologias que ocasionam um baixa visão não podem ser revertidas [ retinose pigmentar, doença de stargardt, etc], diferente das que vemos aqui.
2.2. Características
clínicas dessa ambliopia
Para
detecção da ambliopia ex anopsia é necessária a avaliação visual (Acuidade
Visual) qualitativa ou quantitativa, sendo que a acuidade visual quantitativa é
mais indicada. Existem inúmeras possibilidades de verificar quantitativamente a
acuidade visual mesmo em bebês e em pacientes não colaborativos, por exemplo: Cartão
de Acuidade de Teller, Cardiff Cards, Tambor de Catford, PVE.
As principais
causas da ambliopia por privação são obstáculos os quais impedem a formação da
imagem nítida na retina, por exemplo, catarata congênita, ptose palpebral,
hemangiomas entre outras. (BICAS, 2008).
Essa
ambliopia é vista clinicamente em diferentes graus de severidade. Considerando
que pode ser evitável, uma significativa porcentagem da população é afetada.
(RAMALHO, 2011).
Percebeam que nessas patologias muitas vezes conseguimos "remover" cirurgicamente o fator privacional.
2.3.Definição dessa
ambliopia
A ambliopia
ex-anopsia pode ser causada por cataratas congênitas, que são opacidades do
cristalino; leucomas da córnea, que são opacidades causadas devido a perda de
transparência na córnea; perdas de transparência de qualquer outra natureza,
falta de adequada estimulação visual; por blefaroptose, o que significa o
fechamento do olho pela falta de estimulo do musculo que levanta a pálpebra
superior; por falta de pupila; ou por oclusões terapêuticas precoces e
persistentes. (BICAS, 2008).
2.4.Classificação dessa
ambliopia
De acordo
com a classificação de Chavasse, os pacientes podem ser classificados em 5
gruas clínicos, os quais são:
1. A ambliopia
associada com a incapacidade de fixar, mas com o olho mantido em uma posição
relativamente central.
2. Ambliopia
associada com a fixação excêntrica do olho.
3. Ambliopia associado com
estrabismo e com relativamente boa capacidade de fixação.
4. Ambliopia sem
estrabismo aparente ou com estrabismo intermitente, e capacidade relativamente
boa para fixar.
5. Ambliopia macular resultante
de doença orgânica. Por exemplo: Inibição, escotoma retiniana e projeção
retiniana. Com fixação paramacular, ponto extrafoveal.
No caso tipo 5, se o paciente faz Estimulação Visual sem a compensação adequada, pode criar uma falsa-fóvea. Em Curitiba, quando comecei a atender lá, conheci vários pacientes com essa condição, pois trabalharam a ambliopia na estimulação sem a compensação dessa área.
2.5. Neurorreabilitação Visual
A neurorreabilitação visual de uma ambliopia depende de alguns fatores. Falamos de neurorreabilitar, pois estamos preocupados em reabilitar as áreas cérebaris alteradas. E a estimulação adequada para criar conexões neuronais não estabelecidas até então.
Em geral, essa neurorreabilitação para a
ambliopia é feita propiciando uma imagem retiniana clara, de modo que o olho
preguiçoso possa ser estimulado ao ocluir o olho bom com um tampão, que é um
oclusor ocular.
Nos casos de estrabismos, estes costumam ser corrigidos após o
tratamento da ambliopia. (BICAS, 2008). Cabe ressaltar de novo, que existem diversos tipos de ambliopia, e algumas delas não precisamos de tampão e somente da terapia de neurorreabilitação visual.
Temos 3 fases da neurorreabilitação, e ela demora em média de 1 a 2 anos, todo o processo, dependendo da aderência do paciente ao processo. Hoje já faço essa neurorreabilitação visual em formato on-line em mais de 13 países, desde 2017. E desde 2006, já tenho mais de 10 mil casos de sucesso em qualquer idade. Veja aqui.
3. Considerações Finais
Neste post apresentamos um breve esclarecimento sobre o tema ambliopia ex-anopsia,
seus sintomas, suas causas e seus tratamentos, bem como a classificação e
outros nomes desta deficiênciavisual, mas, se você quer um updat no assunto, te convido a ver a mini-aula no youtube, clique aqui.
4.
Referências Bibliográficas
BICAS,
H. E. A. Ambliopia: um texto explicativo e simplificado. Soblec. 10 de
Julho de 2008.
BONNOTO,
L.B. O que é Ambliopia? Oftalmo Pediatria. 24 de Novembro de 2006.
PORTAL
ABC DA SAÚDE. Acessado em 06 de outubro de 2011.
PORTAL
DA RETINA. Acessado em 06
de outubro de 2011.
RAMALHO, A. Ambliopia.
Disponível em:
<http://www.antonioramalho.com/direscrita/ficheiros/AMBLIOPIA.pdf>
Acessado em 06 de outubro de 2011.
YAMANE, Y. Estrabismo.
In: Dantas AM. Oftamologia Pediátrica. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 1995.
Quer aprofundar nesse assunto?
Ambliopia por anopsia se enquadra na lei de cota?
ResponderExcluir